Por Alexandre Santos, aluno do 6º período de Jornalismo do UniBH
No primeiro semestre de 2020, alunas e alunos de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH desenvolveram o projeto de extensão: “Jornalismo como Negócio Criativo – Observatório de Tendências”, coordenado pela professora Carol Braga.
No projeto, desenvolvido ao longo de quatro meses, a professora se reuniu com os educandos, por meio de uma plataforma de reunião virtual. Nos encontros, temas como o fortalecimento do jornalismo independente, e o surgimento de novas metodologias, como o Journalism Thinking, foram semanalmente trazidos para debate.
O objetivo do projeto, além de entender como os novos recursos tecnológicos da era digital fortaleceram o ecossistema das iniciativas independentes de produção de conteúdo, é compreender como o modo de fazer jornalismo pode ser usado em outras áreas, a fim de desenvolver produtos e solucionar problemas.
Para a efetivação da pesquisa, foram selecionadas 35 iniciativas independentes de jornalismo em Belo Horizonte. Os criadores de conteúdo responderam um questionário, cuja finalidade era mapear os perfis dos cases, das atividades, estrutura e os canais de comunicação utilizados por cada um deles.
O que é Journalism Thinking?
A metodologia, defendida pelo gerente de comunicação integrada do Banco do Brasil, Giovanni Nobile, engloba o uso do modo de trabalho jornalístico no meio corporativo. Sendo assim, etapas básicas do cotidiano do jornalista, como olhar de pauteiro na busca por narrativas, apuração e distanciamento, curadoria e busca por atração constante, são aplicadas nos processos de outras áreas de trabalho, a fim de solucionar problemas, colaborar em ações de marketing, negócios e transformação digital no meio corporativo.
Negócio criativo e tendências
Assim, como em tantas outras áreas de trabalho, o conceito de jornalismo que conhecemos está em transformação. O digital abriu uma série de novas opções para os profissionais da informação, os colocando dentro do âmbito da economia criativa, sendo que, outrora tinham apenas os meios tradicionais de comunicação como alternativa.
A economia criativa abrange profissionais das mais diversas áreas de conhecimento que empreendem em projetos que agreguem conhecimento e cultura, constituindo renda própria.
Geração de renda
A pesquisa realizada pelo projeto de extensão aponta que 77,1% dos entrevistados percebem seus projetos como negócio e 62,9% geram ganhos com seus empreendimentos. Em relação a captação de receita, 45,7% declararam ter a publicidade tradicional como fonte de renda, 42,9% têm o marketing de influência e 37,1% faturam com a realização de eventos.
O estudo ainda revelou que o Instagram é a principal plataforma utilizada para divulgar o material produzido pelos criadores de conteúdo entrevistados, além de ter sido apontada como a mais importante, de maior audiência das iniciativas digitais. A pesquisa também revelou que 77,1% usam o WordPress para sistematizar seus sites e blogs na internet.
Por fim, a pesquisa realizada pelo grupo deu origem a um e-book e um podcast, produzidos pela Comunidade de Aprendizagem em Comunicação e Audiovisual do UniBH, a CACAU.
Baixe o e-book: https://observatoriodetendencias.mailchimpsites.com/
Ouça o podcast: