Nutritivas, saborosas e com muita história para contar

Saiba um pouco mais sobre as comidas típicas de festa junina.

Rebeca Nicholls, estudante do 1° período de Jornalismo do UniBH

No dia 2 de julho, o campus aberto do UniBH vai ser o cenário para o Arraiá do Buritis. Aqui no Portal da Cacau já estamos em clima de São João e, por isso, você vai acompanhar diversos conteúdos com curiosidades incríveis sobre a festa junina. Hoje, a ideia é contar a origem das comidas típicas dessa comemoração e trazer informações sobre o quão ricos os alimentos juninos podem ser.

A origem das comidas típicas de tais festividades começa com as primeiras comemorações juninas, que eram celebrações pagãs e tinham o intuito de celebrar a fartura nas colheitas. Só depois, quando a festa foi apropriada pelos cristãos, que as comemorações santas foram incluídas. A partir desse momento, passaram a comemorar também o dia de Santo Antônio, em 13 de junho, o dia de São João, em 24 de junho e, para fechar o mês, o dia de São Pedro, que acontece dia 29 de junho. 

Essa celebração é típica da Europa e foi trazida para o Brasil pelos portugueses. Quando a comemoração veio para o Brasil, sofreu diversas interferências culturais. A celebração da colheita se manteve, baseando-se na colheita do milho que acontece no mês de junho e é um ingrediente base para a maioria das comidas juninas, como o milho cozido e assado, o bolo de milho, a canjica, a pipoca, o curau, a polenta, o cuscuz e a pamonha.

Imagem: Pixabay
Polenta

A polenta surgiu na Itália e veio para o Brasil através dos imigrantes italianos. O prato é consumido em grande escala no sul do país e em parte do Espírito Santo, lugares que tiveram uma forte imigração de pessoas desse país. A polenta é feita com fubá e se diferencia do angu por ser consumida mole.

Cuscuz

O cuscuz é muito famoso nas festas juninas, principalmente no Nordeste e tem origem árabe. Estima-se que tenha surgido no noroeste da África e, ao ser trazido ao Brasil, tenha incorporado tradições indígenas e se tornado um símbolo caipira. Suas diversas variações são muito consumidas nessas comemorações e podem levar carne seca e ovo cozido.

Pamonha

A pamonha tem origem indígena. O nome pamonha, inclusive, tem origem tupi e vem da palavra “pamunã”. É muito popular e consumida na região centro-oeste do país, mais especificamente em Goiás. Mas, outros estados brasileiros também têm o costume de consumir esse alimento, como São Paulo, Minas Gerais e os estados do Nordeste do país.

As alterações realizadas nas comemorações juninas que acontecem no Brasil trouxeram à tona o fato de que, no hemisfério sul, junho marca o início do inverno. Por isso, muitos dos alimentos servidos são para serem consumidos quentes, como o quentão, os caldos, a própria polenta e muitos outros. 

Imagem: Pixabay
Quentão

O quentão é um queridinho da festa junina e, como seu nome já diz, foi feito para ser consumido quente, de forma a nos aquecer nas noites frias em que normalmente as festas juninas ocorrem. O termo “quentão” tem origem caipira, segundo o folclorista e autor do livro “O dialeto caipira”, Amadeu Amaral. O quentão normalmente é feito com cachaça, mas o vinho quente também é comumente chamado de quentão, principalmente no sul do país. 

Amendoim

Quando se fala de festa junina não podemos deixar de fora a paçoca doce e o pé-de-moleque, esses deliciosos doces juninos feitos a partir do amendoim. A paçoca doce é feita a partir do amendoim torrado, já o pé de moleque é feito a partir da mistura do amendoim ao melado de rapadura.

A maioria desses alimentos são considerados muito fortes nutricionalmente falando, pois seus ingredientes, como o milho, têm um alto valor nutricional. Além disso, muitos dos alimentos, como o cuscuz e a polenta, eram usados a princípio para suprir a falta de carne, no passado, em casas mais pobres.

 Apesar disso, hoje, muitos desses alimentos passam pelo processo de industrialização, o que pode diminuir ou acabar com o valor desses alimentos. A nutricionista e professora do curso de Nutrição do UniBH, Mara Cláudia Dias, conta formas de fazer escolhas saudáveis nas celebrações juninas:

“A festa junina, como qualquer outra celebração, traz a possibilidade de fazer escolhas mais saudáveis, fazendo adaptações nas receitas, trocas…Na própria celebração da festa junina, a gente tem a utilização do milho e uma das opções é sempre optar pelo milho em espiga, o milho natural. A pipoca também é uma opção sempre muito saudável, mas evitando a utilização do milho industrializado e preferindo preparações feitas com receitas caseiras. O milho verde também sempre é uma boa opção: o milho cozido. Dos caldos, o caldo verde é uma opção saudável e também próprio caldo de mandioca quando é preparado com menor adição de gorduras e embutidos Uma grande modificação dos últimos anos nos alimentos juninos é a inclusão dos produtos industrializados, e se a gente puder resgatar o milho como um alimento fresco e natural é possível ter muitas receitas saudáveis”, pontua Mara.

A nutricionista também alerta sobre  receitas que levam o açúcar e itens gordurosos. Os doces de festa junina são sempre muito queridos por todos, mas podem acabar trazendo malefícios à saúde, justamente por seu alto teor de açúcar. Mas existem alternativas para  tornar esses alimentos mais saudáveis:

“Nas receitas doces, uma alternativa é substituir o uso de leite integral pelo desnatado, reduzir a adição de açúcar nas receitas de canjica e dos bolos e fazer o uso de temperos naturais como a canela e cravos, que são condimentos que dão um sabor, mas sem acrescentar o açúcar. Assim é possível participar das festas e festejar mas de uma forma mais saudável”, observa. 

Arraiá do Buritis

Ler sobre todas essas receitas da água na boca e muita vontade de provar essas delícias típicas juninas. Se você ficou com vontade, está convidado(a) para o Arraiá do Buritis, dia 2 de julho, onde teremos muitas comidas, que, assim como essas, são tipicamente juninas. E para conferir mais curiosidades sobre essa festividade, fique atento(a) aos perfis de Jornalismo, Publicidade e Design do UniBH.

UNIBH/Reprodução


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