Brasileiro lê apenas dois livros por ano

No Dia Nacional do Livro, entenda a importância da literatura e a necessária ação de projetos sociais.

Por Fernanda Freitas e Thayane Domingos – 8° e 7° período de Jornalismo

A família real portuguesa embarcou para o Brasil, em 1807, com o intuito de garantir a independência de Portugal, então ameaçado por uma invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. A viagem durou 2 meses, e a comitiva, liderada pelo príncipe regente D. João, pisou em solo brasileiro, mais precisamente em Salvador, no dia 22 de janeiro de 1808, fato que mudou para sempre a história do país.

Com o êxito na transferência do reino de Portugal para terras tupiniquins, foram implementadas, pela coroa portuguesa, diversas mudanças no país, como a abertura dos portos, a mudança da capital para o Rio de Janeiro, a criação do Banco do Brasil e do Jardim Botânico.

A cultura foi um dos setores que sentiu grande impacto com a chegada da realeza. Entre as realizações, a fundação do Real Teatro São João e a transferência do acervo integral, de 60 mil volumes, da Real Biblioteca de Portugal. A fundação da biblioteca ocorreu em 29 de outubro de 1810, quando se tornou a primeira Biblioteca Nacional. Em razão disso, 29 de outubro foi instituído como o Dia Nacional do Livro.  

Mudando realidades

Que a leitura traz muitos benefícios ao ser humano não é novidade. Com ela, você pode ampliar o vocabulário, que refletirá em uma escrita melhor. A leitura também reduz o estresse, aprimora a memória, relaxa a mente, além de ser um hábito prazeroso. Mas a leitura também tem outro grande poder: o de mudar realidades.

Através da leitura podemos crescer cultural e intelectualmente, ampliar os horizontes e desenvolver uma boa comunicação, que se faz essencial para qualquer área do mercado de trabalho.

Sendo o analfabetismo um dos grandes desafios ainda enfrentados pelo Brasil, com taxa de 6,6% da população, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua Educação. Essa porcentagem representa 11 milhões de brasileiros. 

É através da leitura que crianças e adolescentes menos favorecidas socioeconomicamente, podem mudar a realidade ao seu redor quando despertam para um mundo conhecimento presente nos livros, sonhando e traçando objetivos cada vez mais altos. Desse modo, a leitura se torna o principal agente social de transformação do país.

Para essas populações menos assistidas, se faz essencial a atuação das bibliotecas públicas espalhadas pelo Brasil e, por isso, é importante que essas instituições recebam subsídios para sua manutenção e atuação junto à população.

Geloteca BH

O brasileiro lê, em média, apenas 2 livros por ano – conforme dados da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). E para reverter essa situação, a leitura precisa se tornar democrática. Mas como muitos brasileiros não dispõem de recursos para comprar seus próprios livros, ou têm fácil acesso à uma biblioteca, projetos comunitários se tornam fundamentais para preencher essa lacuna. 

A fim de incentivar tornar a leitura mais acessível, surgem iniciativas como o Geloteca BH, que transforma geladeiras em pequenas bibliotecas. A proposta já se espalhou pelo país e pode ser encontrada em diversas cidades, como o Geladeiras de Livros em Brasília, o Geladeira Literária em Santa Catarina e o Projeto Geloteca no Tocantins. Em Belo Horizonte, foram a produtora cultural Patrícia Faria e a médica veterinária Nara Moura que trouxeram o conceito.

As geladeiras ganham uma estampa de grafite antes de irem para as ruas. Os desenhos são feitos por diversos grafiteiros da capital e também contam com a participação de Todyone, grafiteiro idealizador do projeto em São Paulo.

As Gelotecas já marcaram presença em eventos como a Virada Cultural de BH e o Festival Literário Internacional, ambos em 2019. Para conhecer mais do projeto, acompanhe no Instagram @projetogelotecabh.

             Foto: @projetogelotecabh

Série de podcasts promove reflexão sobre a literatura Podcast fala sobre o Dia Nacional do Livro

Para comemorar o Dia Nacional do Livro, e trazer para o debate pontos importantes acerca desse objeto tão poderoso, a Cacau – Comunidade de Aprendizagem em Comunicação e Audiovisual do UniBH, produziu uma temporada do podcast Cacau Explica dedicada à data. Você pode ouvir os episódios no perfil da Cacau no SoundCloud:



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