Nessa temporada do podcast, contamos com a colaboração do psicólogo Rodrigo Teixeira, do advogado Eustáquio Pimenta, da assistente social da APAE Poliana Reis, e da terapeuta ocupacional Juliana Lima
Por Alexandre Santos, aluno do 7º período de Jornalismo do UniBH
Você já parou para pensar onde e como você vai estar quando alcançar a terceira idade? Com quem? Quando pensamos em um ideal de velhice, com certeza levar uma vida tranquila está nos planos da maioria das pessoas. No entanto, nem todos conseguem desfrutar de conforto na chamada “melhor idade”.
De acordo com a Agência Brasil, em 2019, as denúncias de violência contra pessoas idosas representavam 30% das ligações recebidas pelo Disque 100, somando 48,5 mil registros. Com a necessidade do isolamento social, decorrente da pandemia da Covid-19 (SARS-COV 2), esses números aumentaram em 53%, registrando 77,18 mil casos e, em 2021, até hoje, já foram contabilizados 33,6 mil ocorrências.
O psicólogo Rodrigo Teixeira explica que os avanços tecnológicos da medicina têm contribuído para um aumento expressivo na expectativa de vida da população mas, apesar disso, ao passo que cresce a idade média de vida das pessoas, também há uma elevação nos casos de violência contra pessoas idosas. “Alguns grupos específicos são mais vulneráveis, como as pessoas idosas e LGBTQIA + por exemplo, que ainda precisam esconder os aspectos da sua sexualidade porque ainda sofrem preconceito por serem quem são”, esclarece o profissional.
Sobre possíveis sinais que devemos nos atentar para identificar que o idoso está sendo vítima de violência doméstica, o psicólogo ressalta que marcas corporais ou mudança repentina no comportamento devem servir de alerta. “Perceber se o idoso está mais desconfortável na presença de algum familiar ou cuidador, quando um idoso comunicativo torna-se mais calado e se recusa a fazer atividades que antes eram habituais, sinais de demência de uma hora pra outra, surgimento de dívidas ou sinais na região genital. Todos esses aspectos ajudam a detectar casos de violência”, elucida.
FORMAS DE VIOLÊNCIA
Quem pensa que a agressão física é a única forma entendida como violência está muito enganado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), toda ação ou omissão que provoque algum dano, sofrimento físico, psicológico ou morte é considerada violência contra o idoso. São formas de violência entendidas pela lei brasileira 10.741: a violência psicológica, sexual, patrimonial, moral, de cunho exploratório, abandono e negligência.
ESTATUTO DO IDOSO
Instituído pelo ex-presidente Lula, no dia primeiro de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso tem como finalidade a proteção dos direitos que primam pela preservação da saúde física e mental, intelectual, espiritual e social, liberdade e dignidade de todo cidadão acima dos 60 anos de idade no Brasil. Quer saber mais sobre o assunto? Confira a temporada completa do CACAU Explica: A violência contra a pessoa idosa.
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