CACAU na Bienal Mineira do Livro: autoras Clara Alves, Lia Rocha e Olívia Pilar foram presenças marcantes no evento

Primeiro domingo do evento foi recheado de trocas, autógrafos, livros e diálogos reflexivos. 

Por Rebeca Nicholls, 1° Período de Jornalismo do UniBH

A Bienal Mineira do Livro voltou para o modelo presencial na edição de 2022.O evento começou no dia 13 de maio (sexta-feira) e foi até o dia 22 (domingo). Diversas escritoras passaram pela edição deste ano, entre elas Clara Alves,  Lia Rocha e  Olivia Pilar. 

Vários leitores, escritores, editoras e educadores se uniram através do amor aos livros. As exibições contaram com a participação de diversas editoras,  a exemplo da Rocco, Gutemberg,  Leitura, Grupo Record e Grupo Autentica, que participaram com  seus estandes, venda de livros e diversas palestras com seus autores. 

O hábito de leitura certamente influencia e traz novas perspectivas para quem lê. Através da leitura, podemos adentrar em universos e mundos diferentes, conhecer novas pessoas e estar em contato com diferentes realidades e culturas.Tudo isso sem ao menos sair do próprio quarto. 

A escritora Clara Alves, em entrevista  ao Portal da  CACAU, contou que a leitura é um ponto importante para o seu processo criativo.

“Com certeza, antes de ser escritora, eu fui leitora. Minha mãe lia pra mim antes mesmo de eu aprender a ler. E depois que fui alfabetizada a paixão seguiu por muito tempo. Foi lendo histórias de fantasia que senti o primeiro ímpeto de escrever. Não é à toa que uma das coisas que mais me motiva na hora de escrever é ler: saber o que outros autores estão fazendo, qual a forma de cada um de contar suas histórias, de desenvolver os enredos”, relata

Clara Alves é autora do livro “Conectadas” e, recentemente, publicou o livro “Romance real”. A autora escreve livros voltados para o público jovem adulto. Ela foi na Bienal no dia 15 de maio, onde participou de uma sessão de autógrafos e passou a tarde assinando seu primeiro romance YA com a temática LGBTQIA +, “Conectadas”, livro esse que recentemente atingiu a marca de 100 mil exemplares vendidos no Brasil. 

“Essa foi a primeira vez que fui à Belo Horizonte, e é sempre incrível estar numa cidade nova. Eu amo viajar, mas essa foi a primeira vez que saí do Rio desde o boom de vendas de Conectadas e uau! Foi maravilhoso demais receber tanto amor dos leitores de BH. Acho que sempre rola um medinho quando você sai da sua cidade, de não ter ninguém nos eventos, e aí não só ver o evento lotado como ficar três horas autografando com a Olívia e a Lia foi uma experiência única e que me deixou feliz demais”, contou a escritora.

Em seu livro, Conectadas, a autora carioca conta a história de uma jogadora que conhece uma menina em um jogo online chamado “feéricos”, e assim as duas criam uma forte conexão. O problema é que a jogadora, que se chama Raysa, joga com um avatar masculino, por isso a menina, que se chama Ayla, não sabe que está conversando com outra garota. O enredo se desenrola quando surge a oportunidade de elas se encontrarem pessoalmente.  

Foto: Divulgação Amazon

Clara Alves conta como é trazer representatividade para seus livros e tornar-se uma inspiração para tantos jovens.

“Às vezes ainda é um pouco surreal pra mim pensar que eu sou vista como uma referência, mas eu também me sinto orgulhosa. É bom poder ser o tipo de influência e inspiração que eu mesma nunca tive na adolescência: uma mulher bissexual que escreve histórias sobre garotas se amando. Sabe? Isso é tão bonito. Eu fico emocionada demais com todo o amor que recebo”, ressalta.

A sessão de autógrafos contou ainda com a participação das autoras Lia Rocha e Olívia Pilar, que também estiveram presentes no domingo e autografaram o livro “Sobre amor e estrelas (e a cabeça nas nuvens)”, juntamente com a Clara Alves, que, em conjunto com as duas autoras, também possui a autoria desse livro. Além da sessão de autógrafos, as autoras participaram de um bate-papo bem legal sobre o livro escrito pelas três e lançado neste ano pela Editora Rocco.

foto por Pâmela Guimarães

Sobre amor e estrelas (e a cabeça nas nuvens) é o terceiro livro de uma coleção especial sobre signos. Cada livro conta uma história baseada em signos de cada elemento e é sempre produzido com autoria de várias escritoras. Na edição em que as três escrevem em colaboração, a história é contada a partir do ponto de vista de três protagonistas que possuem signos de ar, uma libriana, uma geminiana e uma aquariana. O livro foi lançado em fevereiro deste ano.

Foto: Divulgação Amazon

Lia Rocha é um pseudônimo da escritora Lavínia Rocha. Ela começou no mundo da literatura aos 11 anos, quando começou a escrever. Seu primeiro livro, Um amor em Barcelona, foi publicado quando ela tinha 13 anos. O seu pseudônimo foi criado para separar as suas criações de acordo com o público para o qual elas são indicadas; Lavínia Rocha para o público infantil e adolescente e Lia Rocha para o público jovem e adulto. Ela esteve na Bienal nos dias 15 e 19 de maio. Seu livro, O mistério da Sala Secreta, foi o mais vendido do estande da editora Grupo Autentica durante os dias da Bienal. 

Foto: Divulgação Amazon

Em entrevista ao Portal da CACAU, Lavínia conta como é estar em contato com seu público de forma presencial depois de tanto tempo.

“Eu amo a bienal, né? A minha primeira Bienal como escritora foi em 2014 e é muito interessante ver como eu só fui crescendo, primeiro em um estande mais independente, depois num estande de uma editora menor, mas que eu já era uma escritora tradicional e já publicada e agora em uma editora tradicional. Fazia muito tempo que a gente não tinha um evento literário e fazia muito tempo que eu não ia e para mim foi muito bom. Eu falo que a gente precisa disso, por mais que a internet nos permita chegar em muitos lugares e ter muitos contatos, muitas respostas, feedbacks. O presencial é quando você dá um rosto, uma voz, um abraço para essas pessoas que você estava em contato antes apenas pela internet e isso é muito importante, estar em contato com esses leitores é muito bom”, lembra. 

Diferente da Lavínia, essa foi a primeira Bienal de Olívia Pilar como escritora. Além de compartilhar a autoria de Sobre amor e estrelas, Olivia publicou cinco contos independentes na amazon e participou de quatro coletâneas independentes também pela amazon. Em seus contos, Olivia procura sempre trazer representatividade, mostrando protagonistas negras e garotas que gostam de garotas. Para o Portal da CACAU, a escritora contou como foi participar de sua primeira bienal como autora.

“Sou uma pessoa apaixonada por livros, então como leitora não foi a minha primeira visita à Bienal de Minas, mas como escritora sim e isso me deixou muito feliz. Não só pelo reconhecimento da minha carreira, mas também pela oportunidade de dividir uma mesa com outras escritoras incríveis e também rever leitores queridos. A Bienal de Minas foi meu primeiro evento presencial após o tempo reclusa em razão da pandemia, então foram muitos sentimentos. De gratidão, de felicidade, de amor por essas pessoas que tiram um tempo para ler as histórias que escrevo. Foram três horas de sessão de autógrafo, mais uma hora de bate-papo e eu não poderia ter ficado mais feliz em ver tanta gente ali por nós”, pondera. 

Muitos estudantes participaram  da Bienal para ver  palestras, conhecer seus escritores favoritos e, claro, comprar livros. O leitor e estudante de TI, Carlos Eduardo, contou que se inspirou nas falas de Lia Rocha .

“Eu fui na Bienal no domingo com a intenção de ver a Clara Alves e participei da palestra da Clara junto com outras duas autoras: Lia Rocha e Olívia Pilar. A Lia Rocha me inspirou porque ela falou sobre como ela adora aprender coisas novas pra colocar nos contos, e às vezes até sobre o tema da própria obra e eu me identifiquei bastante porque eu também adoro aprender sobre 1 milhão de coisas diferentes”, revela.

 



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