Jornalista da TV Globo Minas, Thaís Leocádio conversa sobre a escolha da profissão e sua trajetória
Por Rafael Lopes e Raquel Miranda, estudantes de Jornalismo do UniBH
Todos temos sonhos e buscamos alcançá-los, como cursar uma faculdade, trabalhar com o que ama e, o essencial, ser feliz. É isso que levou Thaís Cabral Leocádio a cursar Jornalismo. Natural de Areado, no Sul de Minas Gerais, aos 18 anos começou seu primeiro estágio dentro da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, na Pró-Reitoria de Extensão. Logo após, passou pelas assessorias do Centro de Apoio à Educação a Distância e do Sistema de Bibliotecas, quando também cuidava de um programa na Rádio UFMG Educativa.
Em sua trajetória universitária,Thaís ainda fez estágio de férias na TV UFMG e colaborou para um jornal impresso no interior, como voluntária. Já em 2014, foi estagiária na Band Minas, produzindo o Brasil Urgente Minas. Nessa época, passou no processo seletivo do Programa Estagiar, da Rede Globo, onde começou em 2015, no portal G1. Graduou-se em Jornalismo na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, em 2016, ano em que começou a atuar profissionalmente, aos 22 anos, em uma revista de Belo Horizonte. Em 2017, iniciou seu mestrado em Educação na Faculdade de Educação (FAE), também na UFMG, como bolsista de dedicação exclusiva. Retornou para a Rede Globo em 2019, atuando como repórter do G1. Atualmente, é produtora do Bom Dia Minas e do Terra de Minas, mas ainda escreve para o portal. Em nossa conversa, Thaís compartilhou suas experiências, desafios e como a pandemia interferiu no seu trabalho.
O que a levou a escolher a profissão de jornalista?
A paixão pelas palavras, por ouvir e por contar histórias.
Você tinha outra opção de carreira? Qual? Como chegou ao jornalismo?
Criança, decidi que seria atriz e levei esse desejo até o segundo ano do ensino médio, quando uma professora de literatura me deu a sugestão do jornalismo. Apesar de, ainda hoje, amar o teatro, percebi que esse não seria o meu caminho. Passei um tempo em dúvida, cogitando mil possibilidades, principalmente por gostar de estudar matérias de várias áreas. Para ter ideia, prestei e passei no vestibular para cursos como medicina veterinária e odontologia. Mas aquela “pulguinha” do jornalismo continuava firme. Essa decisão envolveria uma mudança de vida, de cidade. Mas não tive como escapar, e sou muito feliz por ter feito essa escolha. No fim das contas, ter interesse em várias áreas é uma coisa boa para o jornalista, que precisa entender um pouquinho de tudo.
Quais são os principais desafios na sua carreira?
Ultimamente tem sido mais difícil lidar com as mentiras e a desinformação. Dá uma sensação de desesperança ver a imprensa sendo tão atacada.
Como é e qual a sensação de trabalhar em uma grande emissora do país?
Tenho muito orgulho. É uma empresa que oferece espaço e ferramentas para o desenvolvimento profissional, com uma equipe que me ensina muito todos os dias. Trabalhar em produtos que cresci assistindo, como o Terra de Minas, é maravilhoso.
Como você lida com suas redes sociais, consegue separar o lado profissional do pessoal?
Tento ser muito cuidadosa com o que posto. As minhas redes sociais são pessoais. Posto mais sobre pagode e fotos do meu gatinho de estimação do que sobre trabalho. Mas sou jornalista e isso é uma parte importante de mim. Só expresso opiniões sobre assuntos que domino, sobre os quais tenho certeza e que não vão, de algum modo, impactar a minha credibilidade como profissional. Acho que isso vale para qualquer profissão, né? Mas em questão de contato, virou tudo uma coisa só. Não tenho mais controle sobre quem tem meu número, então sou acionada por muita gente que não conheço, a qualquer momento, por ligação e por WhatsApp.
Qual o conselho você daria para a nova geração que está entrando no mercado de trabalho do jornalismo?
Praticar. Com estágio, com projetos pessoais. O jornalismo é muito abrangente e tem muitos caminhos. A redação em veículos de imprensa é só um deles. Então é importante conhecer as possibilidades para saber o que mais combina com o perfil de cada um.
Manter boas relações com os colegas, por onde passar, é fundamental. O mercado é tão dinâmico!
De forma mais prática, comecem hoje um catálogo de fontes. Eu gosto de ter o caderno físico, organizado em ordem alfabética. Mas pode ser uma planilha, um aplicativo. Anotar telefones e e-mails faz toda a diferença lá na frente. A gente sempre precisa de novo. Sério.
Quais são seus planos pessoais para daqui uns anos?
Quero continuar atuando no jornalismo diário, experimentando outras funções. Também pretendo fazer doutorado, retomando a temática que abordei no mestrado (relação entre comunicação da ciência e literatura).